Nascido em Porto Alegre e radicado no Rio de Janeiro, o presidente da Tap fez questão de dar destaque a esta nova operação da companhia "Há todo um orgulho pessoal em iniciar esta operação, mas existe ainda o fato de Porto Alegre ser a quarta economia do Brasil. Estava mais do que na hora", ressaltou, durante a coletiva à imprensa, na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Em seguida, ele participou da edição mensal do Tá na Mesa, reunião-almoço promovida pela entidade, que contou com a presença de 130 convidados, entre autoridades, empresários e imprensa.
Já foram confirmadas mais de 20 mil reservas para o voo, desde que foi lançado na central de reservas da TAP, há cerca de um mês. O investimento, de 100 milhões de dólares, é visto por Pinto como uma importante conquista. "Trata-se do 10º destino que temos no Brasil. É um importante negócio para a nossa empresa e para os gaúchos", avaliou, ressaltando que conta hoje com 1,2 mil funcionários no setor de Manutenção e Engenharia, em Porto Alegre.
Para ele, que é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chegar ao Sul do País depois de 11 anos de prospecções da empresa é uma vitória. "Lisboa é a cidade europeia mais próxima do nosso País. Sofremos algumas limitações nas condições do Aeroporto Internacional Salgado Filho, mas não em relação ao transporte de passageiros, apenas de cargas", adiantou, ao ser questionado sobre as possíveis limitações que poderia enfrentar na pista.
Pinto acredita no incremento turístico não só em Portugal, como também para os brasileiros, com a abertura de novas opções pela empresa aérea, que hoje é a maior exportadora portuguesa. "Mas a maioria da procura ainda parte do nosso País, até porque para os europeus, trata-se de mais uma alternativa, enquanto aqui, é um voo sem escalas que chega para servir o Brasil." Entre os passageiros desembarcados em território brasileiro, o executivo ressaltou que é expressiva a quantidade de europeus. Conforme dados da companhia, Portugual continua sendo o maior responsável no exterior pelo volume (20%), seguido da Itália (8%) e Espanha (5%), e o restante dos países em quantidades menores.
Com a conexão direta Porto Alegre – Lisboa, Pinto ressaltou a expectativa de receber passageiros não somente do Rio Grande do Sul, mas também de Santa Catarina e de países do Mercosul, como Argentina e Uruguai. "No momento em que se iniciar a operação, a procura deve aumentar dia-a-dia."
A nova rota será operada em um Airbus A330, com duração aproximada de 10 horas e 30 minutos. O presidente da TAP comentou que as partidas noturnas do Rio Grande do Sul, com chegadas à tarde em Lisboa, são propícias, evitando congestionamentos dos aeroportos. Sobre o valor da passagem, disse que pode variar conforme a época e a procura, mas pela tabela da companhia, custa 799 dólares (classe turística) ou 3.996 dólares (executiva). Haverá quatro partidas: quartas-feiras e domingos, às 21h40, e segundas e sábados, às 19h25.
A partir de Lisboa e Porto, a Tap proporciona conexões rápidas com 49 destinos em 19 países da Europa. Também possui dez rotas para a África, além de voos de Lisboa para Caracas, na Venezuela, e Nova York. Operam semanalmente uma média de 1.850 voos. Membro da Star Alliance, a companhia oferece 21,2 mil embarques ao dia, para um total de 1.172 destinos das 28 integrantes da aliança.
Outro dado anunciado pela empresa é que até o dia 28 de dezembro, a empresa alcançou a marca total de 9 milhões de usuários no ano passado. O presidente da companhia aérea, Fernando Pinto, assumiu o cargo em 2000, após sua saída da Varig, juntamente com outros três executivos. Ele se emocionou ao citar que jamais imaginaria que 40 anos depois de chegar ao Rio de Janeiro, se tornaria o dirigente da empresa. "É uma série de emoções muito interessantes", admitiu, ao grupo reunido na reunião-almoço Tá na Mesa, na sede da Federasul, nesta quarta-feira.
Orgulha-se ao afirmar que hoje opera com vôos para África, Brasil e Europa, tendo iniciado as principais operações brasileiras pelos Estados do Nordeste. "Era uma importante rota turística e com poucas alternativas de conexão aérea", argumentou. Ele apontou um crescimento forte da TAP na última década, quando mais que duplicou os números. Desde 2000, passou de 35 para 71 aviões, 38 para 76 destinos e faturamento anual de 1 bilhão para 2,5 bilhões de euros. "Naquela época, tivemos perda de 100 milhões de euros, mas sabíamos que a companhia traria resultados, apesar das dificuldades momentâneas", frisou ele.
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